quarta-feira, 26 de novembro de 2008

1978 - NOSSO SAMBA - Conjunto Nosso Samba


Lado A:
1. Pra Minha Iaiá (Luis Carlos)
2. Deixa Essa Mulher (Jorge Porém)
3. Derradeira Melodia (Delcio Carvalho-Dona Ivone Lara)
4. Soflúria (Sidney da Conceição-Baianinho)
5. Dor da Falsidade (Geraldo Babão)
6. Vida das Rosas (Dilmo-Mozart-Moacir)

Lado B:
1. Não Há Razão (Bira Quininho)
2. Vem Amor (Luis Grande-Dedé da Portela)
3. Só Deus (Jorginho-Walter Rosa)
4. A Porta do Peito (Dedé da Portela-Dida)
5. A Mesma Dor (Everaldo Cruz-Toninho Nascimento)
6. O Que Será-G.R.E.S.União da Ilha do Governador (Didi-Aroldo Melodia)

domingo, 16 de novembro de 2008

1971 - SEGUINTE...RAIZ - CANDEIA


EQC-800004/A
01 Vem E Lua (Candeia)
02 Filosofia Do Samba (Candeia)
03 Silencio Tamborim (Wilson Bombeiro-Anézio)
04 Saudade (Candeia-Arthur Poerne)
05 A Hora E A Vez Do Samba (Candeia)
06 Saudacao A Toco Preto (Candeia)

EQC-800004/B
07 Vai Pro Lado De La (Candeia-Euclenes)
08 Regresso (Candeia)
09- De Qualquer Maneira (Candeia)
10 Imaginacao (Candeia-Aldecy)
11 Minhas Madrugadas (Candeia-Paulinho da Viola)
12 Quarto Escuro (Candeia)

E aí meus irmãos aprendizes, tudo em paz com vocês?? Há tempo que não postava nada, já tinha gente cobrando e achando que nós abandonaríamos o barco, mas fiquem tranquilos que não vamos parar. A gente dá um tempinho para fazer outras correrias da vida, mas sempre dá um jeitinho de falar sobre o grande Mestre, ele merece!!
Voltamos com a corda toda, e como desculpa tá aí uma pedrada do grande Candeia, um disco antológico. Este está acima do bem e do mal, um Homem da arte. Que coração colocava em suas composições! Tanto nas letras quanto nas melodias. Para quem chegou aqui neste blog sem querer e não é do Samba, procure conhecer tudo que o Candeia gravou, não tem como não viciar. Seus Sambas transmitem paz. Ele nos revelou que o Samba quando aborda temas do coração por um ser humano bem intencionado é uma verdadeira oração que eleva o espírito. É rapaziada, o Candeia fez as rezas, e para executá-las selecionou os malandros de grande sensibilidade musical também (como não poderia deixar de ser), para poder transmitir esta paz para os mortais.
Como Candeia sabia das coisas, não poderia deixar de fora o nosso mestre Carlinhos do Cavaquinho, que participou deste Lp ("Seguinte...:raiz") em quatro faixas. São elas: "Silêncio Tamborim", "Saudade", "Regresso", e "Quarto escuro".
Cabem aqui algumas considerações técnicas sobre o cavaquinho e as cordas utilizadas pelo Carlinhos neste disco. O Cavaquinho, como já foi postado anteriormente neste blog, é o mesmo utilizado nos Lps "De onde o Samba vem", do Conjunto Nosso Samba, "Quem Samba fica", dentre alguns outros que decerto postaremos no blogue mais para frente. O som característico pode ser facilmente explicado quando sabemos que o cavaco era este da foto ao lado. Outro detalhe importantíssimo deste disco é sobre as cordas utilizadas. Segundo um parceiro que não posso revelar o nome aqui, ele não gostava de falar sobre as cordas, então respeitaremos o Mestre, mas dou aqui uma dica: neste disco a corda grave (SOl) é própria para um instrumento, já as três agudas (Ré, Lá e Mi), são de um outro instrumento. Isso não é muito difícil de captar, basta ouvir a faixa "Silêncio Tamborim". Identificamos esse timbre diferente quando ele toca nas três graves, e que desaparece quando o Mestre vai para as três agudas. Aumente o grave do seu som e ouça para comprovar, fica mais explícito ainda.
Quanto ao estilo de tocar, neste Lp podemos observar já algumas mudanças significativas. Na data de gravação deste disco ele já abandona alguns acordes comumente usados no final da década de 60, e vem com uma pegada que vai utilizar até meados da década de 70. Este ano foi, sem dúvida um período de transição em que o Mestre começou a frenquentar pouco a pouco o ambiente de estúdio. Este estilo a que nos referimos é aquele usado, por exemplo, nos discos de 1971, 1972 e 1973 da Clara Nunes. Digo transição porque ainda não tinha abandonado por completo alguns acordes e trejeitos antigos, como por exemplo no lindo Samba "Saudade", em que o Carlinhos somente sola usando como guia dentro do solo e também nos arpejos, acordes que utilizava na década de 60.
O traço marcante deste período iniciado mais ou menos no ano de 1971 até meados da década é o uso muito constante do dedinho da mão esquerda enfeitando o acorde. Na "Silêncio Tamborim" o malandro utiliza muito, principalmente no G#7 e no G7.
O Mestre gravou também o Samba Regresso para Clara Nunes. Não sabemos precisar qual gravação foi a primeira, já que ambas foram feitas no ano de 1971, mas nota-se que ele repete algumas criações dele em ambas as gravações, como por exemplo o arpejo no acorde com sétima no minuto 1´17. O que queremos demonstrar com isso é que o Carlinhos tinha tanta sensibilidade que improvisava toda vez que tocava, no entanto acabava tendo às vezes idéias parecidas, já que conseguia encontrar o ideal, o máximo para cada composição. Este mesmo exemplo podemos ver em vários Sambas que o Malandro gravou mais de uma vez, como é o caso de "macunaíma" por exemplo. "Sem querer" o Mestre acabava na mesma passagem executando algo similar, isso porque era reflexo dele ter aquela sacada de gênio, era o natural dele. Não sei se consegui transmitir a idéia, mas ela tá dada.
Chega de blá blá blá, e vamos para a aula. Sei que muita gente já tem o Disco, mas como já comentado, o intuito do blog é disponibilizar TUDO que o Mestre gravou, inclusive os mais conhecidos.
Um Abraço meus irmão, e até breve!
ESCUTE A AULA!!!